Ora et
Labora
Solve et Coagula
AD ROSAM PER CRUCEM.'.AD CRUCEM PER ROSAM
por um Probacionista
I
Simbolismo do Corpo e da Cruz
A antiga injunção mística "Ad Rosam Per
Crucem.'.Ad Crucem Per
Rosam.'. e cujo leit-motiv se sintetiza no tradicional axioma
alquímico- metafísico "Ora et Labora.'.Solve et Coagula" indica que
ora mago, ora místico,
o aspirante rosacruciano nele se
estriba para empreender a caminhada para dentro do seu silêncio interior, através da qual ingressará na Vacuidade em que a Rosa
Mística do Cristo Cósmico se acha resguardada, emitindo sua Luz e difundindo seu perfume esotérico.
Segundo
o axioma hermético, “ como é acima, assim é abaixo”. Esta analogia entre o macrocosmos e o microcosmos é uma das chaves através
da qual é possível desvendar os segredos da Bíblia e
das
demais Escrituras Sagradas de todos os povos. Todavia devemos advertir que estas condições são relativas e as características comparativamente estáticas do plano
material são apenas
um pálido reflexo
da condições dinâmicas
dos planos supra físicos ou internos.
As
relações entre
o corpo
humano e
o Cosmos estão
presentes nos
Mistérios Sagrados
de todos os povos. Tais relações foram elaboradas pelos antigos sábios na forma de grandes dramas que reproduziam as funções do corpo humano,
os atributos mentais, as qualidades anímicas e a marcha do Sol no firmamento.
Todas as antigas religiões
estavam fundamentadas no culto à natureza, o qual em forma derivada, sobreviveu até os nossos dias como um culto fálico.
A adoração
das
partes e funções
do corpo humano começou no último período da chamada época Lemúrica. Nesta época o homem era representado pela letra T (Tau) ;
pois a maior parte da humanidade só possuía os corpos denso, etérico e de desejos. Somente os precursores, que foram iniciados
pelos Senhores de Mercúrio,
teriam desenvolvido a mente nesta época, vindo a ser os Irmãos Maiores da Humanidade.
Sob o ponto de vista meramente histórico, sabemos que Ordens místicas e religiosas floresceram entre todos os povos antigos, e
muitas destas tradições e
ensinamentos foram revividos na Europa durante a chamada
Idade Média.
Embora
os estudos históricos, rigorosamente falando, não registram o uso do nome Rosacruz antes do Século XVII, época em que são publicados os primeiros manifestos, sob o ponto de vista místico a emergência do rosacrucianismo se perde na noite dos tempos.
As
Escolas de Mistérios
são constituídas por doze Irmãos em torno de
um
décimo- terceiro, chamado o Libertador. Este é o protótipo dos Doze Discípulos em torno de Cristo. O Irmão décimo - terceiro representa a Consciência Crística
ou Cristão Rosa Cruz.
O chamado culto ao Sol remonta à Época Atlante, e também incorporava inúmeros símbolos e rituais do culto da Época anterior. É interessante notar que esse culto vem sendo transposto, de uma forma ou de outra, às principais religiões.
Os antigos povos costumavam construir seus templos na
forma do corpo humano, ocupando
o altar principal a mesma posição relativa ao cérebro, localizado no extremo ocidental
do templo, enquanto o portal
estava voltado para o Oriente,
onde nasce o Sol, o doador da luz.
O Templo de Karnak, no Egito; o Tabernáculo no Deserto, dos judeus; as estruturas religiosas dos sacerdotes havaianos e também a
Catedral de São Pedro, em Roma
estão dispostas
em forma de cruz.
Os sacerdotes
da antiguidade conheciam
as relações entre o
macrocosmos e o microcosmos e sabiam que conhecer o homem era conhecer
o Universo. Cada estrela no firmamento,
cada elemento
na Terra e cada função na natureza,
estava representada no corpo humano.
Tal relação entre a
natureza e a anatomia oculta do homem (oculta para as massas), constituía os ensinamentos secretos
do Antigo Sacerdócio, que controlava a população.
O
simbolismo anatômico desenvolvido para perpetuar tal conhecimento chegou à cristandade moderna,
que todavia perdeu a sua chave.
A cruz cristã provém do Egito e
da Índia; a tríplice mitra deriva do culto de Mitra; o cajado
provém dos
mistérios herméticos egípcios
e eleusianos
gregos; a
imaculada concepção, da Índia; a transfiguração , da Pérsia; e a trindade dos brâmanes. A Virgem Maria, como a
mãe
de Deus, está presente em cerca de doze doutrinas diferentes. Mais de vinte salvadores do mundo foram crucificados. O campanário da Igreja descende
das pirâmides e dos obeliscos egípcios, e o próprio diabo
dos cristãos lembra- nos o Tifón dos egípcios,
com algumas alterações.
Manly P. Hall, que dedicou toda a sua vida ao estudo de Filosofia e das Religiões
Comparadas, chegou a afirmar:
"Quanto
mais
nos
aprofundamos
nos
ensinamentos secretos de todas as épocas, percebemos
que, realmente , não há nada novo abaixo do Sol."
Esta chave secreta, que permite decifrar os
mistérios dos símbolos
antigos e as relações
entre o macro e o microcosmos é o cerne dos ensinamentos esotéricos, sendo o Rosacrucianismo o herdeiro
desta tradição milenar no Mundo Ocidental.
II
O Raio Cósmico de Cristo
Segundo
a Ciência Oculta,
toda Escritura Sagrada está selada com sete selos ; ou seja, seu pleno significado requer sete interpretações completas.
É importante compreender que uma Escritura não é necessariamente redutível à História.
Seu
significado literal é apenas a ponta do iceberg.
Se nos
detivermos neste aspecto avançaremos muito pouco na compreensão das Escrituras. Um notável
exemplo de "Escritura Leiga"
são os dramas atribuídos à Shakespeare, onde o autor reúne caracteres de indivíduos
de diferentes séculos. O mesmo ocorre com a Bíblia e as Escrituras Sagradas de todos
os povos.
Para o pensador
profundo a História
é
o
que me nos importa na interpretação de uma Escritura.
Sob o ponto de vista astronômico, Cristo representa o Sol, e seus discípulos os doze signos
do zodíaco. As cenas de seu ministério são descritas entre as constelações. O relato de seu nascimento, crescimento, plenitude e morte pelos homens se reporta
a precessão dos equinócios.
Sob o ponto de vista alquímico, a tempestade no mar e a fúria
dos elementos, nos revelam a vida do Mestre sob um novo ângulo.
A descrição
da vida de Cristo, segundo os Evangelhos,
coincide com as vidas de cerca de
doze salvadores da Humanidade, porque eles também personificam mitos astronômicos e fisiológicos.
A emergência de tais mitos se perde
na noite dos tempos, procede da mais remota antiguidade,
quando os
nossos ancestrais
utilizavam
o corpo humano
como
a unidade simbólica, e os deuses e demônios eram personificados nos órgãos e funções corporais. Alguns escritores cabalistas representavam a Terra Santa delineada sobre a base do corpo humano, e exibindo as diversas cidades co mo centros de consciência do homem.
Tal relação entre o Cosmos e o corpo humano constitui o fundamento dos Antigos Mistérios, preservados ao longo dos tempos pela tradição Rosacruz.
A Ordem Rosacruz
é tão antiga quanto o homem em sua aquisição de inteligência, em sua manifestação como ser pensante. Ordem Rosacruz deriva das Escolas de Mistérios da Antiga Lemúria, uma Idade de Ouro, quando os "deuses caminhavam
sobre a Terra". Neste período
os precursores
da Humanidade,
que haviam
desenvolvido o elo
mental, foram
iniciados pelos Senhores de Mercúrio, tornando-se os Irmãos Maiores da Humanidade e substituíram tal Hierarquia na condução dos Mistérios Menores nos períodos posteriores.
Desde que recebemos o elo mental manifestou-se a
Filosofia da profunda Ordem Rosacruz para que os que se capacitavam a penetrar nos Templos. É fácil compreender-se que sendo tão
poucos os que podiam receber tão altos conhecimentos estes se
mantivessem reservados para poderem ser lançados mais tarde, de
acordo com os
processos evolutivos da Humanidade.
De longínquos tempos galgamos degraus, desde o aperfeiçoamento da cadeia de veículos,
e os que guardam
o conhecimento
da evolução humana,
do processo que se modifica dia-a-dia, vieram dar à Humanidade os passos de conhecimentos
mais altos
e amplos para que cada um pudesse reger sua própria vida. Se bem analisarmos veremos que a onda de vida humana
que atualmente evolui na face da Terra ainda divisa os primórdios da regência de sua vida, dando os primeiros passos para chegar a tal conquista.
A Ordem Rosacruz,
guardiã dos desígnios dos destinos humanos e do mundo, conhecedora
dos passos
que seguimos
tem trabalhado
ao longo de várias
Eras pela expansão de consciência e desenvolvimento anímico da Humanidade.
No passado,
a Ordem preparou o trabalho que se desenvolveria nas eras vindouras
treinando aqueles que haviam compreendido que a Terra é um grande laboratório de desenvolvimento anímico e não um fim em si mesmo. Tais seres prepararam o advento do Cristo Cósmico.
A Eterna e Invisível Ordem Rosacruz é
uma
estrutura espiritual, e seu campo de possibilidades transcende a compreensão a compreensão do homem comum. Todavia ao se manifestar
no plano
físico sua
esfera de
atuação é
demarcada segundo determinados objetivos. A missão da Ordem não é perpetuar as formas de suas manifestações temporais, mas
conduzir à
Catedral da Alma ou
Santuário Interno, que
transcende as suas manifestações temporais.
Coube
a Ordem Rosacruz a preparação do advento do Cristo Cósmico. No Egito surgiu Akhenaton, o Arauto do Cristo Cósmico,
que veio restaurar a cadeia de transmissão dos Ensinamentos Secretos de Todas as Eras.
Entre os Essênios
o Mestre Jesus preparou os veículos
que serviriam ao Cristo Cósmico, a Encarnação do Verbo, o Supremo Mestre dos Mistérios Maiores ou O
Grande Libertador.
Cristo
salvou
o
mundo
e
proporcionou-nos os meios
com uma
cadeia de doze veículos, desde o corpo humano ao divino para que a Terra pudesse resistir ao impulsos do materialismo. Nosso mundo foi penetrado por Cristo Jesus. O Raio Cósmico
de Cristo penetrou
a consciência do homem-santo Jesus. Assim o divino amalgamou o puro e formou uma alquimia pela qual o mundo entrou no equilíbrio necessário.
Durante
o ministério
de Cristo,
Hiram Abiff,
Iniciado dos
Mistérios Antigos, reaparece
como um dos caracteres bíblicos, recebendo a Suprema Iniciação Cósmica atingindo
a consciência crística e tornando-se C.R.C.
Tal iniciação está alegoricamente representada pela Ressurreição de Lázaro.
Posteriormente reaparece no Século XIV inaugurando
um novo ciclo na História Oculta da
Humanidade. Nesta época reúne doze Adeptos de
nossa própria onda de
vida, capazes de substituírem outras Hierarquias no trabalho das Escolas de Mistérios inaugurado pelos Senhores
de Mercúrio. Por isso é considerado o Fundador da Ordem Rosacruz , embora o seu protótipo já existisse desde os tempos pré-cristãos.
Sua manifestação como C.R.C.
é narrada na alegórica história do Pai C.R.C., descrita na Fama Fraternitatis, o primeiro
manifesto Rosacruz, atribuído a Johan Valentin Andréas e publicado
em Kassel, Alemanha
, em 1614.
Convém mais uma vez sinalizar que tal
obra assim como os dramas atribuídos a William
Shakespeare e as Escrituras Sagradas não pertencem propriamente ao registro da História, mas sim ao registro
da Escritura. Isto não significa que os personagens descritos nas Escrituras ou que o Fundador de Nossa Venerável Ordem não tenham existido ou se manifestado em forma física.
III
O Nome da Rosacruz
O nome Rosacruz tem sido também objeto de controvérsias. Alguns
advogam que a palavra Rosacruz provém do símbolo da rosa e da cruz enquanto outros sustentam que tal
simbolismo seria apenas um símbolo velado para um significado mais profundo da Ordem.
Godfrey Higgins acreditava que a palavra
Rosacruz não derivava
da flor, mas sim da palavra Ros, que significa orvalho. Também é interessante notar que a palavra
Ras significa sabedoria
, enquanto a palavra Rus é
traduzida como dissimulação. Não há dúvida que todos estes significados contribuíram para
o simbolismo Rosacruz.
A.E. Waite concorda com Goddfrey Higgins que o processo
de formação da Pedra Filosofal com a ajuda do orvalho está relacionado ao significado da palavra Rosacruz. Manly P.
Hall acrescenta
que
“é possível que o orvalho se refira a uma misteriosa substancia
dentro do cérebro humano,
intimamente relacionada com
a descrição
dada pelos
alquimistas do orvalho
que, caindo do céu, redimia a
terra. A cruz é o símbolo do corpo humano, e os dois símbolos juntos – a rosa e a cruz – significam que a alma do homem é crucificada sobre o corpo, onde é presa por três pregos.” Isso tem significado alquímico secreto, pois a Ordem Rosacruz tem função alquímica
de fundamental importância
para a evolução dos seres pensamentes
animados,
individualmente
e nesse processo
como
um
todo.
Falemos, portanto, algo sobre a Alquimia, essa antiqüíssima ciência mística.
O significado etimológico do termo árabe al-kimiya, provém do egípcio kême, que significa terra negra, e muitos historiadores tentaram descobrir neste termo o significado da tão procurada
matéria-prima
dos
alquimistas. Da
mesma forma
tentaram
encontrar analogias
com a derivação da raiz
grega
chymia, que
significa fundir ou derreter.
A Alquimia também foi considerada como una espécie de proto-ciência anterior à Química
e à Física.
A Alquimia
transcende o somatório de todas as interpretações que sobre ela se dão. Seu esplendor
remonta a época Atlante
, passando dali antes do dilúvio mitológico,
a formar parte do conhecimento secreto de monges, eruditos e escribas de diversas partes do planeta. As primeiras referencias escritas devidamente
documentadas
nos
conduzem
a China.
Segundo Mircea Eliade,
“a Alquimia chinesa originalmente foi de caráter más espiritual que operativo. Os místicos chineses a través de sua prática,
buscavam alcançar a
iluminação e a imortalidade. Neste período o ouro não tinha realmente
um valor econômico, na China e a alquimia estava voltada à sacralidade”.
Do Egito procede a Doutrina Hermética sintetizada na Tábua de Esmeralda, cujas linhas se converteram em axioma e fundamento de toda a
herança esotérica do Oriente e
do Ocidente .
É verdade,
sem mentira, certo e muito verdadeiro.
O que está abaixo é como o que está acima, e o que está acima, é como o que está abaixo, para realizar o milagre de uma só coisa.
E como todas as coisas vieram e vem do Uno, por mediação do Uno, assim todas as coisas nasceram desta coisa única por adaptação...
Este texto e outros
tratados que circularam
sob o título de "Corpus Hermeticum"
corporificaram entre os séculos II a.C. e IV d.C., uma série de idéias e ensinamentos com um princípio
comum, que identificava
o Bem
com
o Conhecimento,
convertendo em matéria
religiosa a busca
do supremo
e verdadeiro
Saber que
desvela os
segredos do Universo.
O "Mutus Liber",
célebre texto medieval, proclama o modus operandi
do alquimista
: "ora, lê, relê, trabalha e encontrarás".
O monge beneditino Basilio Valentín, nos diz em seu tratado
"As Doze Chaves da Filosofia" que "...a pedra dos antigos, proveniente do céu, para a saúde e consolo
dos homens neste vale de
lágrimas, é como o tesouro terrestre más precioso e , a meu parecer, também o mais legítimo.".
O primeiro
trabalho do alquimista rosacruciano consiste em encontrar a Matéria
Prima, formada de
uma
ou mais matérias, as quais como todo ser vivo, estão compostas
por três princípios
denominados simbolicamente Enxofre,
Mercúrio e Sal. O trabalho físico do alquimista se fundamenta no Solve et Coagula, ou seja, Separe e Una, porque através da Grande Obra, o hábil operador separa
suas matérias em seus princípios essenciais para purificá- las e uní- las novamente
dentro de seu ovo filosófico
(vasos químicos) em um ciclo de continua
purificação e aperfeiçoamento com a ajuda de seu Atanor (Forno Alquímico).
Através deste processo de
aperfeiçoamento passa por diferentes fases identificadas simbolicamente com os seguintes
nomes
: Trabalhos de Hércules, Mercúrio, Saturno, Júpiter, Lua, Vênus, Marte e Sol . Durante esta grande cocção e a medida que a matéria se transforma
e purifica, se cumprem
duas etapas particularmente importantes, aquela
do Diamante
(Pedra Branca)
e finalmente
a do
Rubi (Pedra
Roja) da
qual sairá
a Pedra Filosofal.
O alquimista rosacruciano é um hábil assistente da natureza pela Graça de Deus. Seu
Laboratório, o lugar onde labora e ora, é um lugar de suma importância e de caráter eminentemente místico. Através dos processos de
dissolução, putrefação, destilação, sublimação, conjunção , fixação e lapidificação, reproduzem os ciclos e
procedimentos da Natureza.
O Laboratório tem três dimensões: O Universo,
propriamente dito, o seu Corpo e o seu Sanctum,
onde se recolhe e realiza
seus experimentos expandindo a sua consciência.
A Pedra Filosofal é elaborada
no corpo físico do homem, o laboratório do Espírito que contém todos os elementos
necessários para produzir este elixir da vida. É o próprio alquimista
que se torna a Pedra Filosofal.
O sal, o enxofre e o mercúrio, emblematicamente
contidos nos três segmentos da coluna
vertebral que controla
os nervos simpáticos, motor e sensorial, são governados
pelo Fogo
Espiritual Espinhal de Netuno,
constituindo os elementos essenciais no processo alquímico.
Seguindo a antigas
fórmulas herméticas os alquimistas da Idade Média buscavam atingir as três metas desta magna ciência que eram: o
elixir da vida, a pedra filosofal e a transmutação dos metais. O elixir da vida era uma misteriosa
essência capaz de curar todas as enfermidades e conferir
a imortalidade. A pedra filosofal era o misterioso rubi-diamante ou o sangue-diamante,
a pedra do homem sábio,
que conferiria conhecimento e regência sobre todas as forças da natureza.
A transmutação dos metais era o segredo
da regeneração , a transmutação de todos os valores corruptos da vida.
É claro,
que a alquimia
era uma química divina,
o segredo do aperfeiçoamento da vida através das disciplinas de sabedoria.
A pedra filosofal simboliza a vida interna purificada do indivíduo, sua própria alma diamantina. Aquele que aperfeiçoa sua própria alma adquire a Pedra Filosofal. A luminosa aura anímica
do ser humano iluminado é o diamante
simbólico. Aquele que o adquire
alcança a sabedoria
divina.
O laboratório é a vida , a retorta alquímica é o corpo do próprio alquimista, e o misterioso
processo
que acontece neste
forno representa a transmutação dos elementos básicos da vida, mediante a vivencia
da divina arte.
O forno dos alquimistas era o corpo humano.
O fogo que ardia nele, estava na base da espinha dorsal, pela qual ascendiam os
"vapores" para reunir-se lo go e serem destilados no cérebro.
Este foi um sistema secreto levado a Europa
do longínquo Oriente, onde se cultivou
durante séculos a mais elevada
forma de religião.
Manly
P. Hall chama
estas verdades
ocultas de princípios
da espiritualidade operativa para distinguí- las da moderna
religião que está formada inteiramente de teorias especulativas.
Reportando-se a suas próprias palavras, “As pessoas não imaginam que a religião é fisiológica, nem acreditam que sua salvação
depende inteiramente do uso científico dos elementos e forças
internas de seus próprios corpos ; porém a despeito de tudo isso, pode ser dito o contrário; tal é o caso.”
O
que
se segue foi
escrito por Max Heindel, em carta aos probacionistas e posteriormente publicado
em Iniciação Anrtiga e Moderna.
“Segundo
os Evangelhos, Pilatos colocou um letreiro na cruz de Cristo com as palavras: "Iesus Nazarenus Rex Judaeorum" e isto é traduzido normalmente como "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus". Mas, a iniciais
INRI colocadas sobre a cruz representam os nomes em hebraico
de quatro elementos: Iam, água; Nour, fogo; Ruach,
espírito ou ar vital; e Labe Shah,
terra. Esta é a chave oculta do mistério da crucificação, pois ela simboliza, em primeiro lugar,
o
sal,
enxofre,
mercúrio
e
azoto,
que
foram
utilizados
pelos
antigos alquimistas para fazer a Pedra Filosofal, o solvente
universal, o elixir vitae. Os dois "is" (Iam e labeshah), representam a água salina
lunar: a - em um estado
fluídico que contém sal em solução; b - o extrato
coagulado desta água: o "sal
da terra"; em outras palavras, os sutis veículos fluídicos do homem e seu corpo denso. N (nour) representa o fogo em hebraico,
e os elementos
combustíveis, entre os principais o enxofre
e o fósforo, são muito necessários
à oxidação, sem os quais o sangue quente seria impossível. O Ego, sem esta condição
de calor no sangue não poderia funcionar no corpo, nem conseguiria uma forma de expressão material.
R (Ruach) é o equivalente a espírito em hebraico, isto é, o Azoth dos alquimistas, que funciona na mente mercurial. Assim, as quatro letras INRI, colocadas sobre
a cruz de Cristo, de acordo com o relato
dos Evangelhos representam o homem composto, ó Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual, quando começa a se libertar
da cruz de seu veículo denso. Ampliando mais a elucidação deste ponto, notamos que INRI é o símbolo do candidato crucificado pelas razões seguintes: Iam, a palavra
hebraica para água, o fluido
ou elemento lunar, que constitua a maior parte do corpo humano (cerca
de 87% ). Esta
palavra é também
o
símbolo dos mais sutis veículos fluídicos do desejo e da emoção.
Nour, a palavra
hebraica para fogo, é a representação simbólica do calor produtor
do sangue vermelho, que está carregado
de ferro, fogo e energia
do marcial Marte,
e esse sangue é visto pelo
ocultista como um gás circulando pelas veias e artérias
do corpo humano
infundindo -lhe energia
e ambição, sem as quais não haveria
progresso espiritual nem material. Também
representa o enxofre
e fósforo necessários para a manifestação material do pensamento, como já foi anteriormente
mencionado. Ruach, a palavra hebraica
para indicar o es pírito ou ar vital, é um símbolo excelente do
Ego envolvido
pela :ente
mercurial, que torna
o
ser humano
homem, capacitando-o a controlar e dirigir seus veículos corporais e suas atividades
de uma forma racional. Iabeshah,
a palavra hebraica
para terra, representando a parte sólida,
a carne do homem, e forma o corpo terrestre cruciforme, cristalizado dentro dos veículos mais sutis ao nascer e separado deles
ao
morrer
no
curso normal das coisas, ou em um acontecimento
extraordinário pelo qual aprendemos a morrer misticamente e ascender às gloriosas
esferas superiores por uns tempos. Este estágio do desenvolvimento espiritual do Cristão Místico requer uma reversão
da
força
criadora de seu curso
normal, donde normalmente desperdiça energia para satisfazer suas paixões, uma corrente dirigida
para baixo através
do
tríplice cordão
espinhal, cujos
três
segmentos são
regidos,
respectivamente, pela Lua, Marte e Mercúrio,
e donde os raios de Netuno acendem o Fogo Regenerador Espiritual da Espinha Dorsal. Esta consciente elevação coloca em vibração o corpo pituitário e a glândula
pineal, abrindo a visão espiritual. Isto golpeia o sinus frontal,
o que dá início aos efeitos
da coroa de espinhos; o latejar da dor à medida que a ligação com o corpo físico é consumida
pelo sagrado Fogo Espiritual, que desperta este centro de sua milenar
letargia,
começando
a
vibrar
em
direção
a
outros
centros
na
estrela estigmatizada de cinco pontas. Elas tam bém são vitalizadas e todos os veículos
iluminam - se com o "Dourado Manto Nupcial". Então, num arranco
final, o grande vórtice do corpo de desejos localizado no fígado fica livre, e a energia
marciana contida nesse veículo impulsiona para cima o veículo
sideral (assim chamado devido aos estigmas da cabeça, mãos e pés que estão situados
na mesma posição dos da estrela de cinco pontas), o qual ascende através
da
caveira
(Gólgota)
enquanto
o
Cristão
crucificado
lança
o
grito triunfante:
"Consummatum est" (está
consumado), e começa a elevar-se às
sublimes esferas siderais
ao encontro de Jesus, cuja vida ele imitou com pleno êxito e de quem, desde então, é companheiro inseparável. Jesus é seu Mestre e seu guia para o Reino de Cristo,
onde todos estaremos unidos para aprender e praticar
a Religião do Pai, onde a Unidade fundamental de cada um com todos será vivenciada
e reconhecida.”
-Max Heindel ( in Iniciação
Antiga e Moderna)
O Caminho
Rosacruz é um caminho de Alquimia Espiritual, onde se transmuta a natureza
inferior em superior, onde se tece a alma. O conhecimento que é compartilhado pela Escola Rosacruz
não é um fim em si mesmo, mas um meio do discípulo qualificar-se a servir amorosa e desinteressadamente a Obra da Criação. A expansão
de consciência que vivencia em seus experimentos e iniciações não deve configurar em mais uma distinção de sua personalidade, mas instrumentada para o seu trabalho
no mundo.
Que a Paz irradiada pela
Luz do Cristo Cósmico
esteja convosco e que as Rosas floresçam
sobre a vossa Cruz.
Fraternalmente e com amizade, Alexandre David
Bibliografia:
Obras consultadas e recomendadas.
ANDREAS, Johan Valentin
– Fama Fraternitatis.
HALL, Manly Palmer - Lectures
on Ancient Philosophy; Self-Unfoldmentby Disciplines of Realization; Man ,
Grand Symbol of the Mysteries; Mystical Christ; Orders of the Great Work – Alchemy;
The Secret Teachings of All Ages.
HEINDEL, Max [ Carl Louis Frederik
Von Grasshoff ] – Iniciação antiga e moderna; Filosofia
Rosacruz em Perguntas e Respostas, Maçonaria
e Catolicismo; Mistérios Rosacruzes; Cristianismo Rosacruz; Conceito Rosacruz do Cosmo.
HELLINE, Corine
– New Age Bible Interpretation. MACEDO, António de – Esoterismo
da Bíblia.
Muito útil. Vivenciando. Grata.
ResponderExcluir